30/09/2014

Partilha da Palavra - 30/09/2014


A palavra de Deus deste dia apresenta-nos a situação de Jó que amaldiçoou o dia em que nasceu. Atitude às vezes muito comum entre aqueles que se colocam na condição de filhos e filhas de Deus. Basta termos um problema logo pela manhã e já murmuramos, como que, repetindo tal atitude da personagem bíblica.

Cada dia é uma oportunidade clara de permanecermos em Deus, com nossas conquistas e dificuldades. O discípulo de Jesus, não pode viver alienado e flutuando, é preciso ter os pés no chão e diante das situações que nos exigem um pouco mais de esforço, ter a "firme decisão" de agir com coerência.

No evangelho, Jesus toma a firme decisão de ir à Jerusalém, lugar dos seus últimos momentos de vida. Ele não quer ir sozinho e por isso, coloca os discípulos à frente, para que anunciem um caminho de salvação. Temos esta disposição de ir à frente anunciando? Estamos preparados para situações de rejeição? O que significa para nós tomar uma firme decisão tendo como base a nossa fé?

Lembremos hoje ainda a figura de São Jerônimo, discípulo decidido da Palavra. Que Ele nos auxilie a tomarmos diariamente a firme decisão de acompanhar Jesus.

29/09/2014

Encontro de Liturgia na Canção Nova


No último sábado, dia 27, tive a oportunidade de estar no Encontro de Liturgia da Sub-região Aparecida, composta pelas dioceses de Taubaté, Lorena, Aparecida, São José dos Campos e Caraguatatuba, para refletir com os participantes sobre o tema da Beleza e a Arte na Liturgia. 

Foi uma experiência muito agradável, onde a partir do Mistério Pascal, temos o caminho espiritual para contemplar os elementos externos que nos cercam e acrescentam a nossa sensibilidade litúrgica. é fundamental que a experiência litúrgica não ocorra somente a partir de elementos externos, mas inicia-se com aquilo que parte do nosso coração.

21/11/2013

Advento: espera na Alegria!

Advento: Alegria de uma espera


            A Igreja celebra a ação de Cristo através das ações litúrgicas envolvidas no cotidiano das pessoas. Essas ações se desenvolvem dentro dos tempos litúrgicos, que por sua vez fazem parte do Ano Litúrgico.
            O Ano litúrgico é composto dos seguintes tempos: Advento, Natal, Tempo Comum (primeira e segunda parte), Quaresma, Páscoa. Dentro destes períodos celebramos ainda a figura da Virgem Maria e dos Santos e Santas.
      O Advento é o primeiro tempo. Ele abre as portas deste belo itinerário litúrgico o qual somos convidados a percorrer. Vem do Latim Adventus, que significa Chegada, Vinda,  Aquele que há de vir.
      Somos envolvidos por uma grande expectativa pela vinda de Jesus. Um casal que espera a vinda de um filho sabe muito bem o que significa isto. A notícia, a alegria, os preparativos até que o Tempo se completa.
      Na experiência de nossa fé, envolvidos por estes sentimentos celebramos a vinda de “Jesus Cristo no tempo e na história dos homens para trazer-lhes a salvação”.
      A espera pela vinda de Jesus, desperta em nós a busca por atitudes espirituais. Não se trata de um tempo em que somos bombardeados pela sociedade que desperta o desejo pelo consumismo. É preciso alimentar a fé, perseverar na oração, preparar o coração com o sacramento da Penitência (confissão sacramental).
      Alguns elementos sensíveis da liturgia aparecem em nossas comunidades como força que comunicam essa proximidade de Deus, entre os principais se destaca a coroa do Advento, constituída de quatro velas, reforçam a importância de uma comunidade que caminha na vigilância, com o desejo de conversão, na esperança e com alegria ao encontro da grande Luz, que é Jesus Cristo.
      O Tempo do Advento  envolve-se também de duas características: “sendo um tempo de preparação para as Solenidades do Natal, em que comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa”.
O Advento deste ano, abre-nos o ciclo litúrgico A, no qual, acompanharemos de modo particular os escritos do evangelista Mateus. Temos ainda duas celebrações Marianas importantes, Solenidade da Imaculada Conceição, em 8 de Dezembro e a Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina, no dia 12. Destaca-se ainda o terceiro domingo, como o Domingo da Alegria, (do latim Guadete). Nesta ocasião permite-se o uso de paramentos Róseo.
Na perspectiva bíblica, os textos proclamados nas celebrações deste Tempo apresentam-nos algumas personagens que trazem em si o sentido desta expectativa, são eles: Isaías, João Batista e a Virgem Maria.
Por se tratar de um tempo de expectativa, não podemos antecipar a alegria do Natal, assim, neste período, os instrumentos musicais devem ser tocados com moderação, omite-se o Hino de Louvor (Glória), bem como a ornamentação do altar, evitando assim a ostentação.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza no terceiro domingo do Advento a Coleta Nacional para a Evangelização, onde todas as comunidades compartilham dos recursos financeiros. Do montante arrecadado 45% é destinado para as Dioceses, 20% para os Regionais da CNBB e 35% para a CNBB Nacional.
            Vivamos este tempo com a grande expectativa do encontro da nossa humanidade com a humanidade e divindade do Filho de Deus.


Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco da Paróquia São José Operário – Caçapava-SP
Membro da Comissão de Liturgia do Regional Sul 1 - CNBB



26/07/2013

Homilia para Jovens



HOMILIA
DE ENVIO DOS JOVENS DA PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO
A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2013
EM 26 DE JULHO DE 2013


Caros Jovens:
“É hora de ir e estar com o Mestre.”

Chegou o dia tão esperado. É momento de seguir para a Jornada Mundial da Juventude para participarem da Vigília e da Missa com o Papa Francisco. Este momento foi cultivado dentro dos vossos corações a muito tempo. Cultivaram-no como uma semente de fé, esperança e caridade.

É chegada a hora de ir e estar com o Mestre. Com Francisco? Não! Antes de tudo, com Jesus Cristo, que se revela nas palavras, no sorriso, no afeto, na ternura e gestos do Papa.

Ir ao encontro do Mestre, parece ser uma tarefa fácil, mas exige de nós despojamento, esvaziamento, questionamento e adesão. Não basta ir. É preciso ir e voltar diferente. Hoje uma multidão acompanha o Papa Francisco! Multidão da qual farão parte! Isto lhes aproximado dos textos bíblicos: “uma multidão o acompanhava” (Lucas 7,11)

O auge do encontro com o Cristo, está quando fazemos da volta um caminho de transformação. Ir e voltar do mesmo modo não faz diferença. Corremos ainda o risco de querer ficar perto do mestre, como Maria, no evangelho do 16º Domingo do Tempo Comum, “escolheu a melhor parte”(Lucas 10,42) , ou como Pedro: Senhor é bom ficarmos aqui, vamos armar três tendas (Lucas 9,33b) e não colher os frutos necessários à nossa santificação. É preciso cuidado! Cuidar para que a multidão não seja vista apenas como uma expressão do “oba-oba”, de uma emoção passageira. Antes de ir, é também necessário se perguntar, como ficará o depois? Repito: encontrar-se com o Cristo é expressão de transformação. É relação traduzida em Missão.

Vocês irão ao encontro do Cristo e saibam corresponder a esta oportunidade com um engajamento no cotidiano da vida: paroquial, familiar, social, estudantil. O Papa Francisco, deixa claro que a juventude tem uma missão: “não deixar que a esperança seja morta” pela corrupção, pelas inimizades, pelas drogas, pelas bebidas, pelas más companhias, pelo descaso com os pais, com a família, com o próprio corpo, pelas músicas que instigam violência e pelos modismos.

A esperança é semente de transformação, sejam o terreno onde ela caia e torne-se fruto (cf. Mateus 13,18-23). Sejam vigorosos. Há dentro dos vossos corações uma força incondicional que se chama: Juventude alicerçada em Cristo. Sejam semeadores! Não deixe que as coisas ruins destruam a esperança, afinal só chega ao nosso coração aquilo que nós mesmos permitimos entrar.

A Jornada Mundial da Juventude tem um lema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações! (Mateus 28, 19). Que cada um se pergunte: Como tenho construido este discipulado e como posso fazer com que o outro torne-se discípulo? Não quero assustá-los e muito menos colocar um pesado fardo sobre suas costas. Quero apenas que acreditem na própria juventude como  um “lugar de transformação”.

Proponho um desafio: rezar a Jornada no meio de uma multidão. Não esqueçam disso. Em cada passo que derem façam dele uma oração. Ofereçam pela própria santificação, do Padre, da Paróquia, de seus familiares.

Desejo, queridos Jovens, que não seja um passeio, mas estando lá, vejam a força do “Ser Igreja”. Uma força que na maioria das vezes é esquecida, adormecida. Talvez não conseguimos mudar muitas coisas, porque deixamos “deitado eternamente” esta força eclesial. Aprendam a despertar a força de serem discípulos de Jesus Cristo.

Por fim, tudo isso, será acompanhado com os olhares de nosso santo Padroeiro, São José Operário e da Virgem Maria. Todo discípulo precisa aprender como estes dois, como se chega a Jesus Cristo. José vos ensinará a disciplina, o trabalho diário da nossa fé. Maria o Sim autêntico e a confiança.

Voltem com a Fé revigorada, compreendendo o que é Sacrifício, Obediência e Prudência. Descubram o que é a Caridade, a Solidariedade, a Fraternidade, a Amizade em Cristo.

Ao voltarem, sejam para nossa comunidade paroquial, expressão da Caridade como lugar de Revelação de Deus (Deus caritas est), da Fé, como Luz para o caminhar (Lumen Fidei) e da Esperança como semente da Salvação, afinal: a Esperança Salva! (Spes Salvis)


Deus abençoe a todos!

Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco