Pe. Kleber Rodrigues da Silva
Dentro do processo de formação litúrgica é preciso sempre tomar consciência dos fatos e situações para poder melhorar e mudar aquilo que não convém a nossa prática de cristãos.
O tema que proponho refletir neste mês é sobre a participação dos diversos ministérios litúrgicos na mesa da eucaristia, ou seja, todos que exercem uma função dentro da celebração não devem esquecer-se disso, o exercício brota do sacramento eucarístico, por isso, a conclusão é óbvia, se não nos alimentamos da eucaristia, o trabalho torna-se apenas o cumprimento de uma escala mensal.
Trabalhando um dia o texto da Instrução Geral do Missal Romano, mais especificamente o capitulo cinco, que fala sobre o espaço litúrgico, encontrei esta afirmação: “Disponham-se os lugares dos fiéis com todo o cuidado, de sorte que possam participar devidamente das ações sagradas com os olhos e o espírito” (IGMR 311). Chamo a atenção para a expressão “como os olhos e o espírito”. É senão um convite a intensidade e a profundidade do Sacramento. Não é difícil observar que muitos ministros, leitores, grupos de canto, não participam desta intensidade e nem seque participam do banquete eucarístico, comungando do corpo do Senhor! É estranho exercer um trabalho litúrgico, dentro da celebração da missa e não se preocupar com a preparação espiritual e com o estar junto à mesa com os olhos e o espírito. Recebemos um convite: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”
O trabalho litúrgico aproxima-nos da compreensão de que a liturgia é senão um caminho de conversão.
Não preciso colocar aqui os diversos fundamentos bíblicos, teológicos, litúrgicos e pastorais que expressam a importância da Eucaristia na vida da Igreja. Quero apenas convidar, os participantes dos ministérios litúrgicos que façam um exame de consciência e analisem o modo como estão participando da celebração, com os “olhos e o espírito” ou apenas com a presença física e coração distante!
A alegria do “estar em comunidade”, de receber o “convite para a ceia”, de fazer-se “um só corpo e um só espírito”, confirma que viver bem um trabalho litúrgico não significa apenas, saber tocar bem um instrumento, entoar um salmo com entusiasmo, usar uma veste, proclamar com clareza um texto bíblico, senão nos preocupamos em participar do banquete da vida eterna, antecipado na terra, com cada missa que celebramos.
Ligado ao sacramento eucarístico e ao exercício dos ministérios litúrgicos está a reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs. A seriedade do mistério pascal provoca o cuidado espiritual.
Ministérios litúrgicos chegou a hora da comunhão! O hino do 14º Congresso Eucarístico de Campinas expressa bem isso: “Venham, venham todos, para a ceia do Senhor! Casa iluminada, mesa preparada com paz e amor”.
Organize seu tempo, cuide do espírito, para que o exercício ministerial seja um reflexo daquilo que você reza!
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