10/11/2011

Apresentação sobre as Diretrizes da Igreja

Homilia na Missa do Encontro de Liturgia

HOMILIA NA SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E SANTAS
POR OCASIÃO DO 2º ENCONTRO DE LITURGIA
DA SUBREGIÃO APARECIDA
06 DE NOVEMBRO DE 2011
Reverendíssimos Irmãos no Sacerdócio.
Caros Agentes Litúrgicos
A solenidade de todos os santos e santos evoca para cada um de nós, a comunhão entre as duas grandes imagens de Igreja: a terrestre e celeste.
Somos uma igreja peregrina que deseja com o auxilio da graça divina tornar-se participante eterno do banquete da vida. Disto recordamos o principio litúrgico no qual as ações são a fonte e o cume da vida eclesial. Participante da liturgia em nossas dioceses, devemos nós sermos os primeiros que buscam as motivações para estarmos em constante peregrinação e chamarmos outros a se colocarem conosco neste caminho.
A SC nos lembra: cada celebração eucarística é senão uma antecipação do céu. O dialogo divino com o ser humano se estabelece pelo próprio ato celebrativo, entramos numa comunhão, na qual, o divino vai preenchendo o humano e este louva, bendiz o Senhor. Recordemos ainda, a SC: em toda ação litúrgica ocorre à santificação do homem e a glorificação de Deus.
A antecipação do céu no banquete eucarístico passa pelo exercício dos diversos ministérios e funções litúrgicas, por isso, a celebração da solenidade de todos os santos e santas lembra aos agentes litúrgicos a importância de fazerem do exercício uma expressão comunitária da sua intimidade com o Senhor, isto é, a busca pela santidade, manifesta-se no exercício das funções litúrgicas nas celebrações.
Enquanto Igreja Peregrina, é preciso ter um projeto pessoal de vida. Ter metas, objetivos não só no aspecto profissional, familiar, estudantil. É preciso também desenvolver um projeto espiritual. Buscar e desejar para si, através da espiritualidade litúrgica, uma ascese, um crescimento. Sentir o desejo de subir a montanha e lá estar com o Mestre. Se no antigo testamento, apenas Moisés sobe à montanha para tomar das tábuas da lei, e o povo espera na base da montanha, em Jesus Cristo, não esperamos, subimos com Ele, sentamos aos seus pés, como discípulos, para entender que a ascese espiritual encontra nas bem-aventuranças os referenciais para tal desenvolvimento.
Ser uma Igreja Peregrina com desejo incansável de alcançar a Igreja Celeste encontra ainda sua motivação, na nossa própria identidade criacional: Caríssimos: 1Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! (1Jo 3,1). Ser filho (a) de Deus é traçar o ideal da santidade não apenas como uma ideologia ou uma utopia, mas como algo que está bem próximo de nós. Recordemos, o Beato João Paulo II: “vejamos antes de mais nada o que o outro tem de positivo”
Na compreensão de nossa identidade de filhos e filhas de Deus, louvamos a Deus, porque um dia, no nosso batismo, marcou-nos com um selo indelével. O selo da santidade recebe a cada dia um brilho, quando, pautamos nossa existência pela Palavra, pelos Sacramentos e pelas atitudes que decorrem destes dois referenciais.
A identidade de filhos e filhas de Deus ainda nos motiva a lavar e alvejar nossas vestes no sangue do cordeiro. Apresentamo-nos diante da festa eucarística com as palmas da vitória. Eis a nossa recompensa litúrgica. Enquanto agentes, que enfrentam nas Paróquias e comunidades, o martírio dos desafios, devemos sentir-nos impulsionados a não desanimar, mas entender, que no desafio litúrgico, celebramos a santificação pessoal, colocamos nossas vestes no sangue do cordeiro.
Caros agentes litúrgicos, cada realidade é um espaço próprio no qual vivemos o desejo de sermos participantes da Igreja Celeste. A cada eucaristia dizemos, com os anjos e os santos, proclamamos a uma só voz: Santo, Santo, Santo. Eis um momento sublime, na qual o desejo terrestre da santificação se une a realidade já santificada dos anjos, dos santos, dos falecidos, e por isso, proclamamos a identidade divina. Cantar com os anjos e santos, é senão alimentar em nós, o anseio pela santificação. Quero um dia ser participante eterno deste coro celestial. Assim, nunca deixem de fazer os trabalhos litúrgicos com o coração. Se fizermos com a razão, celebramos a liturgia burocrática, como ato jurídico. Ai a santificação pode tornar-se para nós algo simplesmente distante, restrito a algumas pessoas, como coisa do passado.
Meus irmãos e irmãs, lembremos, que pelo Mistério Pascal de Cristo, a essência da liturgia, tornamo-nos co-herdeiros do céu. Cada eucaristia é recordação atualizada deste presente que recebemos. A liturgia é a alma da Igreja, porque a cada dia, injeta na nossa consciência, no nosso coração, o desejo de ser um autêntico cidadão do céu. Recordemos, o céu, mais do que um espaço geográfico, localizado aqui ou acolá, ele é algo que começa em você, isto é, faça da sua peregrinação terrestre em vista da participação na liturgia celeste, um grande percorrer que brota do seu coração, deste modo viveremos o propósito da santificação, como uma antecipação diária do céu. Obrigado por continuarem a acreditar na liturgia como um lugar de expressão do amor divino. Bem-aventurados sois vós, enquanto agentes litúrgicos. Não desanimai diante dos desafios, mas pelo contrário, “alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.
Padre Kleber Rodrigues da Silva