22/05/2013

“A conjugalidade: expressão do estar em Deus



Movimento das Equipes de Nossa Senhora
Livro-Tema 2013: O caminho da vida espiritual em casal

Tema 3: A conjugalidade
“A conjugalidade: expressão do estar em Deus

Pe. Kleber Rodrigues da Silva

            A cada mês temos feito um caminho de ascese (crescimento) espiritual a partir das motivações vindas dos ideais de 2013 do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Motivações essas que são provenientes dos ensinamentos de Jesus Cristo.
            Deste modo, sentir mensalmente o amadurecimento conjugal é perceber que os temas de 2013 não são uma realidade desconexa do cotidiano do casal, mas que contribui para as reflexões propostas a cada capítulo e que se concretizam no dia a dia. Não há um abismo entre os temas o cotidiano do casal.
            Acredito que um dos principais motivos dos casais estarem e permanecerem no Movimento está no fato de que foram provocados a refletir sobre sua conjugalidade e perceberam de que o Matrimônio vai além do estar debaixo de um mesmo teto. Compreenderam de que a conjugalidade precisa ser moldada, analisada, nutrida e amadurecida e na medida em que se envolvem percebem que sua participação do casal deve levá-los a sair de uma fantasia conjugal. Assim, é fundamental que o casal se pergunte, com uma consciência tranquila, seja num dever de sentar ou na vivência dos outros Pontos Concretos de Esforço, qual o nível de compreensão ou assimilação da sua conjugalidade. Destaco ainda que nenhum equipista deve sentir-se envergonhado em fazer uma autoanálise, podendo chegar a conclusão de que sua assimilação não é tão clara como desejaria, e a equipe de base por sua vez não deve inibir ou satirizar a compreensão do outro, pois deste modo, ela mesma, estará dando sentido, aquilo que chamo de “conjugalidade da equipe.”
            Amadurecer na compreensão do que venha a ser e como se vive uma conjugalidade é a meta de cada casal equipista e o exercício analítico parte da própria realidade, como dissemos anteriormente. Não nos faltam definições do que venha a ser “conjugalidade”, e o perceptível é que muitos casais passam a querer decorar estas definições dificultando que a própria consciência construa uma conjugalidade cotidiana. Estas definições são importantes e valiosas, mas devem ser entendidas como referenciais para o casal construir a sua definição.  Não basta viver daquilo que os outros dizem, é preciso nutrir o próprio pensamento.
            Já temos claro, que construímos e buscamos uma espiritualidade cristã, que parte de Cristo enquanto expressão daquilo que Deus é. Assim a cada mês o casal constrói a conjugalidade do cotidiano na percepção de sua aproximação com o Cristo. É preciso perguntar-se: Como o casal, sem teorias ou fantasias constrói sua permanência em Cristo?
            Permanecer em Deus! Eis uma luta diária que não é fácil, mas é por isso, que construímos um caminho de santidade. Com os Pontos Concretos de Esforço Diário, o casal constrói o “lugar” onde a conjugalidade acostuma-se a permanecer em Deus. É um caminho pedagógico, didático, construtivo, edificante e transformador. Quem experimenta, não quer mais sair.
            Permanecer em Deus é o exercício diário do Cristão. Numa relação do humano com o divino (seja em qualquer cultura) o primeiro sempre está em busca do segundo. É força de atração. Até que ponto a unidade e a autenticidade do ser uma só carne colabora neste processo de permanecer em Deus? Às vezes tenho a impressão de que muitos casais esquecem, com os afazeres do cotidiano, de que com a conjugalidade o indivíduo deve morrer. Será que o modo no qual “cada um” vive a dinâmica dos Pontos concretos de esforço não assume muito mais uma característica individual do que conjugal? Faço simplesmente porque quero transformar o outro e me esqueço de que o exercício espiritual deve fazer com que eu morra para nascer a conjugalidade.

            Casais, permaneçam em Deus, com a conjugalidade.

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