A
EUCARISTIA:
UM
MISTÉRIO PARTICIPADO, ACREDITADO E VIVIDO
Caros
Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística: hoje nossas paróquias
se encontram neste retiro, para que vocês possam nutrir a caminhada diária do
ministério, com o encontro, com aquele aos quais encontramos diariamente:
Jesus.
A
Eucaristia algo tão comum. Diariamente, semanalmente, dominicalmente,
anualmente, celebramos este sacramento. A Igreja nos diz, através do Catecismo,
que ele é o SACRAMENTO DOS SACRAMENTOS.
E por isso, a riqueza deste, se expressa de diversas formas. Seja no modo de
cada padre de presidir, no modo de cada assembleia litúrgica presente, de cada
região, de cada bairro, seja no modo de ser transmitido, acreditado, vivido e
assumido. Por isto, se não nos atermos corrermos o risco de no comum da
eucaristia, perder o sentido maior.
A
importância do nome Eucaristia.
Eucaristia
tem sua origem grega, que vai significar, AÇÃO DE GRAÇAS. A profundidade desta palavra é expressa no simples modo de dizer que
vamos a missa, que vamos assistir a missa, mas não temos o costume ou o hábito
de dizer que vamos a Eucaristia, ou ainda, como algumas denominações religiosas
utilizam, Santa Ceia. Não quero reduzir a expressão missa, mas alertar para o
sentido de que, podemos estar distante, quando dizemos simplesmente que quero
assistir a missa. Por isso, entender a missa como eucaristia, é dar um passo na
fé. A missa é um rito ou ação, por isso, uma ação de graças, que precisa ser
envolvida. A missa nada mais é do que o termo evoluído.
1. A
EUCARISTIA MISTÉRIO PARTICIPADO:
Então
o que significa: Ir a Eucaristia?
Significa ter o desejo de criar comunhão, de
tornar-se um participante ativo, consciente, para poder colher os frutos do ato
que celebramos. Participar do mistério exige de nós uma disciplina espiritual,
ou seja, dispor o coração para o culto, buscar o melhor lugar, desligar os
aparelhos sonos, para mergulhar no tempo da graça de Deus, sem se esquecer é
claro de que quando chegamos, devemos primeiramente ir, onde está o dono do
casa e saudá-lo, ou seja, a disciplina espiritual, começa por uma visita a
capela do santíssimo.
A
nossa participação na vida eucarística, nasce na noite da Instituição. A partir
das Palavras do Cristo. Nesta
noite, tão bela nascem para a Igreja dois sacerdócios, um complemento do outro.
O sacerdócio comum dos fiéis e o
sacerdócio instituído.
Num
primeiro instante, pode-nos assustar a expressão de que enquanto povo de Deus,
participante da missa, somos denominados SACERDOTES.
O sacerdócio comum dos fieis nasce de Jesus
Cristo e se concretiza a partir do nosso batismo. A partir dele passamos a
fazer parte de um povo eleito, escolhido e denominado por Deus. Fazemos parte
de uma Igreja, de uma instituição, de uma Paróquia de uma comunidade. Neste sacerdócio, recebemos a
responsabilidade, a tarefa, a missão de continuar acreditando, participando,
celebrando e vivendo o mistério que o Cristo hoje institui como expressão do
amor.
Ser um povo sacerdotal é acreditar que vocês
existem para oferecer com o Cristo, com o padre, o sacrifício e recordá-lo.
Cristo é o único e eterno sacerdote, mas pela sua graça nos faz participantes.
Pelo amor que sente por nós, se faz oferta e ofertante em nosso coração quando
diz: deixo isto para que façam sempre em minha memória.
Nisto esta uma das graças do sacerdócio
batismal: participar do sacerdócio de
Jesus Cristo. E isto se dá a cada eucaristia que celebramos.
Aqui
ainda compreendemos porque a Eucaristia é um mistério participado.
2.
A EUCARISTIA MISTÉRIO ACREDITADO:
Por isso, um segundo passo na compreensão da
Eucaristia, se dá, como Mistério Acreditado.
Acreditar
no que?
Acreditar
que tudo que fazemos não é uma peça teatral. Nem mesmo o gesto do lava-pés! Tenho pena daqueles que dizem que a
Eucaristia é a mesma coisa toda vez e por isso não participam dela. O rito pode
ser o mesmo, mas o momento espiritual é atualizado.
Acreditar
nas palavras de Jesus. Ai
esta a grande novidade do culto cristão e a diferença do culto judaico. A
crença nas palavras de Jesus na última ceia. É preciso dar veracidade as
palavras de Jesus, onde ele diz, que aquele pão é o seu corpo e o vinho é o seu
sangue.
Confesso que imagino Jesus, fazendo uma
“confusão mental” na cabeça dos apóstolos naquela noite! É por isso, que
continuamos dizendo após a narrativa da ceia: Eis o mistério da fé! Eis o mistério acreditado!
Por isso, para que o mistério seja participado
ele precisa ser acreditado, assim a fé da Igreja é essencialmente eucarística.
E saibam que quanto maior for a nossa fé na Eucaristia, mais será o nosso
desejo de ser Igreja.
É preciso acreditar que Jesus não dá alguma
coisa, mas dá a si mesmo.
3.
A EUCARISTIA MISTÉRIO A SER VIVIDO.
Assim,
uma coisa vai puxando a outra. A eucaristia depois de ser um mistério
participado, acreditado, é um mistério a ser vivido.
Jesus disse: “Quem come deste pão viverá
eternamente! Permanece em mim e eu nele!”
A
cada eucaristia que comungamos do Cristo, tornamo-nos participantes da vida
eterna, mas com os pés no chão. Por isso, não podemos viver uma fábula
eucarística. Pela eucaristia, tornamo-nos adultos na fé.
Santo
Agostinho em seu livro, as Confissões, diz que a eucaristia não deve ser
simplesmente um alimento para a carne, ela deve levar-nos a transformação, ou
seja, não é um alimento que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos
misteriosamente mudados por ele.
Conclusão
Enfim,
meus caros irmãos e irmãs! Tentei nestas minhas palavras trazer um pouco do que
sinto e procuro experimentar da Eucaristia, daquilo que aprendi da Teologia,
mas nenhuma palavra vai substituir a experiência que cada um de vocês podem
fazer de Jesus Eucarístico.
Elas
podem nesta noite, ser simplesmente palavras que entram e saem dos vossos
ouvidos, por isso, eu peço ao Espírito Santo que a cada dia nos ajude a
compreender a Eucaristia. Que minhas palavras sejam reconhecidas ao partir do
pão, ao comungar do pão consagrado, mas não reconhecidas somente nesta retiro,
mas em cada eucaristia em que participarem, acreditarem e estarão assim vivendo-a.
Que
em cada eucaristia, tenhamos o mesmo sentimento dos discípulos de Emaús, que
reconheceram Jesus ao partir do pão e voltaram alegremente para contar aos
outros a experiência que tiveram de Jesus e no mesmo instante diziam: não nos
ardia o coração quando ele nos falava pelo caminho. Que neste caminho que
percorremos com estas palavras, o Jesus Eucarístico, tenha feito arder vossos
corações, para que façam a cada dia dele, um sacrário. Um lugar de habitação.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
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