07/07/2012

Refletindo sobre a Liturgia da Palavra deste 14º Domingo do Tempo Comum


Refletindo sobre a Liturgia da Palavra deste
14º Domingo do Tempo Comum

Padre Kleber Rodrigues da Silva
 
  Celebrar o tempo comum é perceber o itinerário e a caminhada profética realizada por Jesus que se faz presente em diversos ambientes e ali manifesta o amor divino pela condição humana.
          Neste percurso profético, quem o acompanha tem a possibilidade de conhecê-lo e consequentemente de aderir a sua causa, tomar parte na missão. Conhecer para saber de fato quem nós seguimos.
 Diante de processo, Jesus enfrente as situações de rejeição por parte do povo e das autoridades da época, é isso, o que podemos refletir com os textos bíblicos.
            Primeira Leitura de Ezequiel (Ez 2,2-5) demonstra uma necessidade humana: conhecer para evitar a rejeição. Estamos na época do exílio da babilônia (593-571 a.C.), trata-se de um período difícil para o povo e para o profeta e é neste ambiente que vemos as características de uma vocação profética: a) é enviado por Deus; b) Fala em nome de Deus; c) Enfrenta aqueles que não querem ouvir.
                Aqui se pergunta: quem são os destinatários desta mensagem? Certamente é a Elite Babilônica que gera toda a situação de sofrimento junto aos mais humildes. É importante observar que determinadas situações são postas como “vontade ou culpa de Deus”, quando na verdade são geradas pelo orgulho humano.
                A leitura demonstra toda dificuldade missionária vivida pelo profeta, mas também deixa claro o apoio divino, quando no inicio da leitura foi dito: Um espírito me colocou de pé. É nesta perspectiva que se vive a adesão a Jesus Cristo nos dias de hoje, como consequência do ateísmo vigente na sociedade, aqueles que aderem são perseguidos e caluniados. É preciso ter convicção da nossa adesão.
                Na segunda leitura da Carta de Paulo aos Coríntios (2Cor 12,7-10), Paulo demonstra de uma forma atualizada esse profetismo do antigo testamento sofrendo também as consequências de sua experiência em Jesus Cristo.
                O modo como Cristo se manifesta a Paulo pode ser considerada uma forma extraordinária, não só por ocasião de sua conversão, mas em diversas ocasiões. Assim, este “apóstolo de Jesus Cristo”,  não deixa que isto torne-se elementos de orgulho ou de superioridade, mas de aceitação de um “espinho na carne”. Paulo demonstra as consequências do ser discípulo de Jesus Cristo. Do mesmo modo que Cristo é rejeitado, ele também no exercício de sua missão deixa claro os frutos humanos das acusações.
            No evangelho (Mc 6,1-6), vemos Jesus sendo rejeitado em sua própria terra. Segundo o autor bíblico, é a ultima vez que Ele vai a Nazaré e consequentemente a sinagoga, mas é neste ambiente que manifesta nas pessoas uma “certa admiração por suas palavras”. Há algo a se destacar, esta admiração gera na maioria uma rejeição e não uma adesão. É um fato a ser aprofundado: analisando nossa busca pelo Cristo, até que ponto nossa admiração gera adesão?
            Estando na sinagoga vemos alguns elementos importantes em relação a admiração: estaria o povo cansado dos ensinamentos dos mestres e doutores da lei? O que atrai a atenção a Jesus? Seria o fato de seus ensinamentos estarem acompanhamentos de atitudes que libertam?
            A rejeição faz com que aqueles que estão na sinagoga tomem de atitudes de “desprezo” através dos questionamentos do tipo: sabemos quem é seu pai, sua mãe, de onde ele veio. Isto é, querem colocá-lo no mesmo nível e assim desqualificar sua autoridade.
            O pano de fundo desta rejeição parece-nos bem claro, estar no fato de que rejeitam acima de tudo, o Mistério da Encarnação. Jesus demonstra na encarnação o desejo de Deus em estar próximo do ser humano e envolver esta realidade com sua divindade, no entanto, o coração fechado torna impossível, que Deus realize algo.
            Pensemos no sentido de adesão-rejeição a Jesus Cristo em nossa vida e os desafios que temos hoje em testemunhá-lo, visto que a sociedade nos coloca diversos espinhos na carne, como forma de acusação, tentando desqualificar nosso compromisso com a verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário