25/03/2013
23/03/2013
06/03/2013
Em busca de uma Espiritualidade
Livro-Tema 2013: O caminho da vida espiritual em casal
Tema 1: Em busca de uma Espiritualidade
Pe. Kleber Rodrigues da Silva
Um
dos pontos fundamentais do nascimento do Movimento das Equipes de Nossa Senhora
está quando casais sentem a necessidade de amadurecer sua espiritualidade e com
isso recorrem ao Padre Caffarel apresentando-lhe o desejo e obtém a seguinte
resposta: “Façamos o caminho juntos.”
A dinâmica do livro-tema de 2013
parece-me reforçar bem este aspecto de que os casais estejam atentos a
necessidade de “se fazer o caminho juntos”, seja através da própria
conjugalidade ou no relacionamento estabelecido na equipe de base. A meta não é
buscar uma espiritualidade individualista, mas de comunhão e consequentemente
de entreajuda.
Partimos sempre de um lugar, de uma
realidade, de uma situação, de uma condição. Com o Movimento não é diferente,
pois cada casal e cada equipe de base deve se perguntar a que parte do caminho
se encontra e onde quer chegar. Não podemos partir e nem querer chegar a
qualquer lugar. É preciso ter claro o destino, por isso, a temática assumida
pelo livro-tema deixa claro que o ponto de partida e chegar é o amadurecimento
da espiritualidade como lugar onde o casal nutre sua experiência esponsal,
comunitária, doutrinal, profissional e assim se vai.
Outro ponto fundamental que o
primeiro capítulo nos aponta é saber também que espiritualidade buscamos. Não
nos faltam opções de espiritualidades na Igreja, aliás, uma das riquezas de
nossa eclesialidade está nesta diversidade. Se de um lado, isto é magnifico,
como fruto do Espírito Santo, este mesmo Espírito ajuda-nos a optar e discernir
por qual espiritualidade nos identificamos. Poderíamos aqui recordar, quantos
casais que buscaram a espiritualidade e a dinamicidade do Movimento e no
entanto não se adequaram. Do mesmo modo, quem se envolve com as Equipes de
Nossa Senhora deve amadurecer a clareza de sua opção, que está em desenvolver
uma espiritualidade conjugal.
Descoberto de que participar e
envolver-se com o Movimento das Equipes de Nossa Senhora é ter ciência de que
se procura desenvolver uma espiritualidade, cada casal, bem como cada equipe
deve buscar tomar consciência de uma outra realidade, de que a espiritualidade
conjugal é senão uma extensão, ou ainda mais, um desdobramento daquilo que é o
central da vida da Igreja: Jesus Cristo. Devemos ter claro de que o ponto de
partida está na assimilação de uma espiritualidade cristã (que parte de Cristo)
e que se desenvolve e é absolvida nas suas ramificações ou poderíamos chamar
aqui, no modo como as diversas realidades assimilam e procuram viver dentro do
seu específico. Entenda, a espiritualidade conjugal assumida como dinâmica do
Movimento das Equipes de Nossa Senhora é fruto desta espiritualidade que vem de
Jesus Cristo.
O ponto de partida é: em busca de
uma espiritualidade. Qual? A cristã ou a conjugal? Não seriam as duas
complementares? Que sinais o casal percebe dentro da conjugalidade como
decorrência da espiritualidade cristã?
É importante perceber que não se
quer apontar a necessidade de duas espiritualidades, isto é, cristã ou
conjugal, mas entendermos que de que são realidades que se entrelaçam. Não
posso dizer que vivo uma espiritualidade conjugal sem ter como princípios os
valores cristãos.
Aqui podemos até ampliar o leque de
questionamentos e pensar no real motivo que leva cada casal a nutrir sua
permanência no Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Não esqueçamos que na
gênesis daqueles casais que foram atrás do Padre Caffarel está um desejo:
crescer espiritualmente, no conhecimento, no relacionamento e na aliança com
Jesus Cristo.
Um outro ponto fundamental na busca
concreta de espiritualidade é de que ela não nos tornará em pessoas que vivem
alienadas, como “extraterrestres” ou
protegidas por uma redoma de vidros. A espiritualidade ajuda o casal a enxergar
sua humanidade com os olhos da Fé e isso se acrescenta quando entendem que os
pontos concretos de esforço são os meios pelos quais esta espiritualidade abre
os olhos, não de super-heróis, mas de
casais e equipes humanas, limitadas, mas com um único desejo, que parte da
resposta do Padre Caffarel: “façamos o caminho juntos”.
Cada casal e cada equipe deve
entender que desenvolver uma espiritualidade é sentir-se provocado diariamente
a lidar com os dons e as arestas da conjugalidade. Entrelaçar a espiritualidade
cristã e conjugal é sentir-se a cada momento chamado pelo próprio Jesus Cristo
a dar passos de transformação. Uma espiritualidade, seja ela qual for, quando
assumida com veracidade, nunca nos deixará estagnados, mas sempre nos colocará
a caminho.
A espiritualidade da qual o casal e
a equipe devem buscar, fará de todos novas criaturas, dará a capacidade de
olhar para o interior não como um abismo, mas como um lugar de transformação,
trará o olhar do amor e do perdão sobre a humanidade da conjugalidade, por
isso, concluo com umas palavras de um grande pensador Roy Croft: “Amo-te não apenas pelo que tu és, mas por
tudo aquilo que sou quando estou ao teu lado. Amo-te não apenas por aquilo que
tens feito por ti mesmo, mas pelo que estás fazendo comigo. Por ignorar todas
as coisas tolas e fracas que encontraste, mas nada podias fazer a respeito, e
por trazeres à luz todas as belezas que possuo e que ninguém havia olhado o
tempo suficiente para encontra-las.”
03/03/2013
Oração da Comunidade: como melhor organizá-la?
Oração da Comunidade: como
melhor organizá-la?
Por Pe. Kleber Rodrigues da Silva
Neste
artigo queremos refletir sobre a oração da comunidade: seus nomes, sua
estrutura, sua finalidade e dar também algumas dicas para melhor organizá-las.
O
nome mais comum que denominamos este momento da nossa liturgia é, de Oração da
Comunidade, que também pode ser chamada de Preces, Oração dos Fiéis.
A
sua finalidade é: o povo responde de certo modo à Palavra de Deus acolhida
na fé, e exercendo sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de
todos.
Pelas
preces temos condições de participar ativa, consciente e frutuosamente da
celebração, pois recordamos um fundamento litúrgico que diz: em toda ação
litúrgica ocorre a santificação do ser humano e a glorificação de Deus (cf. SC
7), ou seja, ao elevarmos nossas preces aos céus, desejamos alcançar uma
purificação do coração (santificação) e também bendizemos (glorificação) a
Deus.
A partir da Instrução
Geral do Missal Romano, devemos rezar: Pelas necessidades da Igreja; Pelos
poderes públicos e pela salvação de todo o mundo; Pelos que sofrem qualquer
dificuldade e pela comunidade local. Esta é a seqüência de preces que devemos
preparar em nossas celebrações, dando espaço também, para as preces
espontâneas.
Não podemos
deixar de considerar que as preces são um resultado daquilo que ouvimos através
das leituras proclamadas, daquilo que atualizamos (evangelho + homilia) e
professamos (creio). É preciso estar em sintonia com a mensagem expressa pelos
textos bíblicos, ou seja, as preces serão um fruto desta caminhada que fizemos
a partir das leituras, passando pela homilia e pela recitação do creio.
Seguindo ainda
a Instrução Geral sobre o Missal Romano, ele determina que o primeiro lugar
para proclamarmos as preces, deve ser o Ambão.
A partir disso, refletimos que as preces, como conteúdo da Liturgia da
Palavra, encontram realmente no ambão um lugar apropriado para ser proclamada.
É importante a
atitude espiritual de quem proclama, evitando duas expressões que se tornam na
verdade, ruídos litúrgicos: o todos, e a nossa resposta será. É importante
evitarmos estas expressões.
Para darmos um
sentido festivo, em grandes celebrações, as respostas podem ser cantadas e em
outras ocasiões ainda, as preces podem ser substituídas pelas Ladainhas.
Esperamos que
estes apontamentos auxilie a caminhada litúrgica de sua comunidade ou paróquia.
Até a próxima.
01/03/2013
Mistério Pascal: da Quaresma a Páscoa
LITURGIA: CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL
Ao
longo de nossa caminhada de cristãos, de seres humanos, criados a imagem e
semelhança de Deus passamos por momentos felizes, tristes, traçamos projetos,
conquistamos objetivos, perdoamos e pedimos perdão, enfim, diversos momentos
nos permeiam. Isto também ocorreu na história do Cristianismo, com o Povo de
Israel, com Jesus, com os Discípulos, com Maria, com as Primeiras Comunidades
Apostólicas, no entanto, poderíamos nos perguntar: onde as pessoas que passam
por estes momentos buscam forças para superar ou para melhor vivenciar os
diversos momentos da vida?
Penso
que a resposta podemos encontrar naquilo que é a base de nossa fé, ou seja, a experiência do Mistério Pascal, o Cristo
que sofre, morre, vence as amarras e ressuscita trazendo a todos Vida Nova.
A Kênosis e a Koinonia de Cristo tornam-se mais uma vez sinal da presença e da
ação de Deus na humanidade.
A nossa fé se
fortalece a partir desta experiência, basta olharmos o túmulo, está vazio, o
Cristo vive, está presente em nosso meio. Ao realizar sua entrega-doação, o
Ressuscitado mostra-nos que é possível, incorporados a Ele, não só vencer os
desafios que a vida nos oferece, mas também louvar e bendizer ao Criador pelas
maravilhas operadas em nossa caminhada de Povo de Deus.
Poderíamos nos
perguntar: Neste século 21 qual o viés que nos possibilita fazer a experiência
do Mistério Pascal?
Devemos
considerar primeiro que o Mistério
Pascal de Cristo não deve ser visto como algo mágico, rápido, fácil.
Dado este
passo de compreensão, podemos afirmar que fazemos esta experiência pela
Liturgia. Ela tem a função de atualizar, recordar, o Mistério de Cristo na vivência cotidiana.
Liturgia é celebrar e viver este grande feito de Cristo.
Pela liturgia
expressamos a experiência da morte e da Ressurreição com Cristo. “É ele o
verdadeiro Cordeiro, que tirou o pecado do mundo, morrendo, destruiu a morte e,
ressurgindo, deu-nos a vida” (cf. Prefácio da Páscoa I).
Inseridos na
Mística do Mistério Pascal pela Liturgia somos convocados pelo Cristo
Ressuscitado a um maior compromisso social, político, de promoção humana. Viver
o Mistério Pascal hoje é lutar pelos direitos, por moradia, por dignidade do
ser humano. Quando assumimos conscientemente este propósito, celebramos esta
Kênosis de Cristo.
Celebrar o
Mistério Pascal pela Liturgia é ainda buscar a comunhão e a participação, ou
seja, enquanto Igreja, Povo de Deus, nos despojemos da superficialidade e
busquemos sempre mais a autenticidade da fé, mergulhando assim, no verdadeiro
louvor prestado ao Pai, por Cristo, na comunhão do Espírito Santo.
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