25/05/2013

“Da simplicidade e do acolhimento da Palavra nasce a vitalidade da Igreja”

“Da simplicidade e do acolhimento da Palavra nasce a vitalidade da Igreja”

Pe. Kleber Rodrigues da Silva

Percorrendo os diversos documentos bíblicos, encontramos na Introdução ao Elenco das Leituras da Missa (IELM), a seguinte afirmação: “A Igreja cresce e se edifica ao ouvir a Palavra de Deus”. Parece-me ser este item a expressão da temática proposta, compreendendo o desenvolvimento da comunidade eclesial a partir do acolhimento do anúncio de Jesus Cristo.
Mas qual Palavra queremos acolher?  A Encarnada ou a Anunciada? É claro que as duas, por isso, mais do que um vocábulo no qual se dispõe os ouvidos para acolher, lembremo-nos que a relação se estabelece com um Evento, um acontecimento salvífico: Jesus Cristo.
Acolher a Palavra enquanto Encarnada, coloca-nos num atitude discipular, de ir ao encontro do Mestre que também vem ao nosso encontro. É uma atração comunitária. É sentir-se numa esfera pascal, onde, o mistério da vida nova, chega aos corações dos fiéis e ali vivenciam a força do Espírito Santo que lhes dá a capacidade de reconhecer o Senhor, enquanto Palavra de Vida.
É entender a dinâmica que acabamos de viver no percurso  litúrgico: uma comunidade dispersa, mas que acolhe um anúncio, se reencontra, medita, analisa o coração e permanece nesta necessidade de ouvir e estar com o ressuscitado em cada história relatada.
É fundamental que o membro da ecclesia sinta-se provocado a buscar um encontro com o Ressuscitado, seja na páscoa semanal ou no cotidiano da sua fé. Nesta busca inesgotável, na medida em que se compreender a essência da Palavra encarnada como vitalidade para a Comunidade, recordamos os fatos criacionais no qual, o Pai, utiliza-se da vitalidade da Palavra, para comunicar-nos a sua vitalidade e que é por excelência também a vitalidade da Palavra comunicada. Recordemos as iniciativas da aliança, seja a primeira ou a nova e eterna. Ali o Pai comunica sua essência divina.
Recordando as palavras do Papa Bento XVI, na exortação pós sinodal Verbum Domini, afirma: “A Igreja não vive de si, mas do Evangelho; e do Evangelho tira sem cessar, a orientação para o seu caminho”. (VD 51).
Mas efetivamente, como uma comunidade pode na simplicidade acolher a Palavra enquanto vitalidade da Igreja
a)                     é quando ela reconhece e compreende de que nao se trata de uma palavra qualquer, mas a Palavra.
b)                     É quando enxergamos nesta Palavra o Divino. Enquanto a sociedade educa-nos para a secularização, para o profano, reencontramos na palavra o lugar do sagrado.
c)                      É quando os agentes das pastorais não dão um passo para fora de casa, sem antes acolher a Palavra no coração
d)                     É quando se proporcionam meios e modos de estudar e aprender a iluminar a vida com Jesus Cristo, Palavra Encarnada e Anunciada
e)                      É quando procuramos promover uma animação bíblica das pastorais, movimentos e dos fieis.


Desejo que esta comunidade paroquial, ao celebrar o último dia de sua novena, se pergunte: quais os frutos que iremos colher desta nova. Desejo que um deles, seja, o acolhimento da Palavra Encarnada: Jesus Cristo.

23/05/2013

Reunião na CNBB-Sul1 (Estado de SP)

O bispo de São Miguel Paulista e Presidente da Comissão para a Liturgia, Dom Manuel Parrado Carral reuniu-se na manhã desta quinta-feira, 23, com o coordenador estadual, padre Kleber Rodrigues da Silva, juntamente com os demais representantes das sub-regiões, para preparar as celebrações da 76ª. Assembleia dos Bispos do Estado de São Paulo, que acontecerá de 10 a 12 de junho, no Seminário (Pousada Bom Jesus), de Aparecida (SP).
O coordenador da comissão, padre Kleber Rodrigues da Silva, esclareceu que além da preparação da liturgia da assembleia, também foram tratados outros assuntos. “Ainda durante a reunião foi discutida a questão da atualização do cadastro dos assessores diocesanos e análise da realidade das sub-regiões pastorais da Dimensão Litúrgica”, revelou.
A reunião foi realizada na sede do Regional Sul 1 da CNBB, em São Paulo.
 De São Paulo, Renato Papis MTb 61.012/SP


22/05/2013

“A conjugalidade: expressão do estar em Deus



Movimento das Equipes de Nossa Senhora
Livro-Tema 2013: O caminho da vida espiritual em casal

Tema 3: A conjugalidade
“A conjugalidade: expressão do estar em Deus

Pe. Kleber Rodrigues da Silva

            A cada mês temos feito um caminho de ascese (crescimento) espiritual a partir das motivações vindas dos ideais de 2013 do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Motivações essas que são provenientes dos ensinamentos de Jesus Cristo.
            Deste modo, sentir mensalmente o amadurecimento conjugal é perceber que os temas de 2013 não são uma realidade desconexa do cotidiano do casal, mas que contribui para as reflexões propostas a cada capítulo e que se concretizam no dia a dia. Não há um abismo entre os temas o cotidiano do casal.
            Acredito que um dos principais motivos dos casais estarem e permanecerem no Movimento está no fato de que foram provocados a refletir sobre sua conjugalidade e perceberam de que o Matrimônio vai além do estar debaixo de um mesmo teto. Compreenderam de que a conjugalidade precisa ser moldada, analisada, nutrida e amadurecida e na medida em que se envolvem percebem que sua participação do casal deve levá-los a sair de uma fantasia conjugal. Assim, é fundamental que o casal se pergunte, com uma consciência tranquila, seja num dever de sentar ou na vivência dos outros Pontos Concretos de Esforço, qual o nível de compreensão ou assimilação da sua conjugalidade. Destaco ainda que nenhum equipista deve sentir-se envergonhado em fazer uma autoanálise, podendo chegar a conclusão de que sua assimilação não é tão clara como desejaria, e a equipe de base por sua vez não deve inibir ou satirizar a compreensão do outro, pois deste modo, ela mesma, estará dando sentido, aquilo que chamo de “conjugalidade da equipe.”
            Amadurecer na compreensão do que venha a ser e como se vive uma conjugalidade é a meta de cada casal equipista e o exercício analítico parte da própria realidade, como dissemos anteriormente. Não nos faltam definições do que venha a ser “conjugalidade”, e o perceptível é que muitos casais passam a querer decorar estas definições dificultando que a própria consciência construa uma conjugalidade cotidiana. Estas definições são importantes e valiosas, mas devem ser entendidas como referenciais para o casal construir a sua definição.  Não basta viver daquilo que os outros dizem, é preciso nutrir o próprio pensamento.
            Já temos claro, que construímos e buscamos uma espiritualidade cristã, que parte de Cristo enquanto expressão daquilo que Deus é. Assim a cada mês o casal constrói a conjugalidade do cotidiano na percepção de sua aproximação com o Cristo. É preciso perguntar-se: Como o casal, sem teorias ou fantasias constrói sua permanência em Cristo?
            Permanecer em Deus! Eis uma luta diária que não é fácil, mas é por isso, que construímos um caminho de santidade. Com os Pontos Concretos de Esforço Diário, o casal constrói o “lugar” onde a conjugalidade acostuma-se a permanecer em Deus. É um caminho pedagógico, didático, construtivo, edificante e transformador. Quem experimenta, não quer mais sair.
            Permanecer em Deus é o exercício diário do Cristão. Numa relação do humano com o divino (seja em qualquer cultura) o primeiro sempre está em busca do segundo. É força de atração. Até que ponto a unidade e a autenticidade do ser uma só carne colabora neste processo de permanecer em Deus? Às vezes tenho a impressão de que muitos casais esquecem, com os afazeres do cotidiano, de que com a conjugalidade o indivíduo deve morrer. Será que o modo no qual “cada um” vive a dinâmica dos Pontos concretos de esforço não assume muito mais uma característica individual do que conjugal? Faço simplesmente porque quero transformar o outro e me esqueço de que o exercício espiritual deve fazer com que eu morra para nascer a conjugalidade.

            Casais, permaneçam em Deus, com a conjugalidade.