“Da simplicidade e do acolhimento da Palavra nasce a vitalidade da
Igreja”
Percorrendo os diversos documentos bíblicos, encontramos na
Introdução ao Elenco das Leituras da Missa (IELM), a seguinte afirmação: “A
Igreja cresce e se edifica ao ouvir a Palavra de Deus”. Parece-me ser este item
a expressão da temática proposta, compreendendo o desenvolvimento da comunidade
eclesial a partir do acolhimento do anúncio de Jesus Cristo.
Mas qual Palavra queremos acolher? A Encarnada ou a Anunciada? É claro que as duas,
por isso, mais do que um vocábulo no qual se dispõe os ouvidos para acolher,
lembremo-nos que a relação se estabelece com um Evento, um acontecimento
salvífico: Jesus Cristo.
Acolher a Palavra enquanto Encarnada, coloca-nos num
atitude discipular, de ir ao encontro do Mestre que também vem ao nosso
encontro. É uma atração comunitária. É sentir-se numa esfera pascal, onde, o
mistério da vida nova, chega aos corações dos fiéis e ali vivenciam a força do
Espírito Santo que lhes dá a capacidade de reconhecer o Senhor, enquanto
Palavra de Vida.
É entender a dinâmica que acabamos de viver no
percurso litúrgico: uma comunidade
dispersa, mas que acolhe um anúncio, se reencontra, medita, analisa o coração e
permanece nesta necessidade de ouvir e estar com o ressuscitado em cada
história relatada.
É fundamental que o membro da ecclesia sinta-se provocado a buscar um encontro com o
Ressuscitado, seja na páscoa semanal ou no cotidiano da sua fé. Nesta busca
inesgotável, na medida em que se compreender a essência da Palavra encarnada
como vitalidade para a Comunidade, recordamos os fatos criacionais no qual, o
Pai, utiliza-se da vitalidade da Palavra, para comunicar-nos a sua vitalidade e
que é por excelência também a vitalidade da Palavra comunicada. Recordemos as iniciativas
da aliança, seja a primeira ou a nova e eterna. Ali o Pai comunica sua essência
divina.
Recordando as palavras do Papa Bento XVI, na exortação pós
sinodal Verbum Domini, afirma: “A Igreja
não vive de si, mas do Evangelho; e do Evangelho tira sem cessar, a orientação
para o seu caminho”. (VD 51).
Mas efetivamente,
como uma comunidade pode na simplicidade acolher a Palavra enquanto vitalidade
da Igreja
a)
é
quando ela reconhece e compreende de que nao se trata de uma palavra qualquer,
mas a Palavra.
b)
É
quando enxergamos nesta Palavra o Divino. Enquanto a sociedade educa-nos para a
secularização, para o profano, reencontramos na palavra o lugar do sagrado.
c)
É
quando os agentes das pastorais não dão um passo para fora de casa, sem antes
acolher a Palavra no coração
d)
É
quando se proporcionam meios e modos de estudar e aprender a iluminar a vida com
Jesus Cristo, Palavra Encarnada e Anunciada
e)
É
quando procuramos promover uma animação bíblica das pastorais, movimentos e dos
fieis.
Desejo que esta comunidade paroquial, ao
celebrar o último dia de sua novena, se pergunte: quais os frutos que iremos
colher desta nova. Desejo que um deles, seja, o acolhimento da Palavra
Encarnada: Jesus Cristo.