"Nos trilhos da vida, o bonde, vai passando e parando de estação em estação e ali haverá sempre alguém à nossa espera, mesmo q haja o nevoeiro existencial de quem nos espera, basta convidar para embarcar e se aquecer na alegria da presença." Kleber Rodrigues da Silva (Foto e texto)
29/09/2011
Meditação Diária
Festa do Arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael
Hoje a Igreja celebra a festa dos arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. Trata-se de uma festa antiga em nossa Igreja, remete aos primeiros séculos. Falar desta celebração de hoje é analisá-la em diversas perspectivas: a devocional, a supersticiosa, a cristológica.
Prefiro ficar com a dimensão cristológica, ou seja, recordar a festa dos santos, de Maria e dos arcanjos é ter clara a centralidade de nossa fé: a pessoa de Jesus Cristo. Recordar que são portadores da mensagem divina que se manifesta plenamente na encarnação. Neste mistério, o mistério de Deus vem ao encontro do ser humano e com ele dialogo, estabelece amizade.
Tudo converge para sua missão e ação. Esses elementos dos santos, dos anjos que celebramos na liturgia são complementos de nossa fé e que nos fazem perceber a lógica de Cristo.
Associo a ação de cada anjo ao ministério de Cristo: Miguel, "Quem como Deus". "Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu". (Apocalipse 12,7-8). Em Cristo, podemos contemplar a face humana de Deus, e no mistério da sua paixão-morte-ressurreição, o grande combate é vencido pela vida. O pecado é superado pela graça. No gesto do sacrifício, ele recorda o grande amor de Deus por cada um de nós.
Olhar a figura de São Miguel, é perceber que no desejo de configurar-se a Cristo, estamos neste combate da fé. Permanecer nos pontos concretos da vida é senão tornar-se um defensor daquilo que cremos.
Em Gabriel, significa "Força de Deus" ou "Deus é a minha proteção". O mensageiro da graça da encarnação, faz-se presença viva diante da Virgem Maria e de cada um de nós. Conduzido pelo Espírito, o conteúdo do qual o anjo trás consigo, é senão a certeza da superação do medo, da insegurança, de um possível abandono. Olhar para São Gabriel, e associá-lo a Cristo, é ter a certeza de que daquele ventre vem senão o sinal de salvação. Com Gabriel, somos anunciadores e portadores da vida.
Em Rafael, “Deus curou" ou "Medicina de Deus". Em Cristo, a humanidade é curada de sua ferida pecadora. Da ferida que surge pela lança do soldado no peito de Cristo, está a cura da humanidade. Ferida está que será sinal de ressurreição após a experiência do sepulcro. Com Rafael, conduzidos a Cristo, sepultamos nossas feridas, nossas tristezas, nossa desolação, o vazio da perda, para reencontrar a graça da vida.
Enfim, conduzidos pelos arcanjos, queremos nós, participarmos da liturgia do céu, cantos hinos e louvores a Deus, enquanto celebramos nossa liturgia terrena. Que nossa vida, seja um exemplo de que carregamos no coração uma mensagem que nos coloca na presença de Deus, nos faz acolher a graça divina, para contemplar a remissão dos nossos pecados e participação na glória.
28/09/2011
Meditação do Evangelho do dia
O significado e a profundidade do trabalho evangelizar exigem de nós um intenso trabalho de reflexão, assimilação e compreensão do que vem a ser nossa participação na construção do Reino de Deus em nosso meio. Penso que não é fácil para muitos abraçar esta causa, pois foram educados a ter uma fé simplesmente sacramental, ou seja, de participar da missa e basta.
A compreensão da proposta de Jesus exige de nós, um esforço diário, didático, metodológico, disciplinar. O querer crescer no relacionamento com Jesus é algo sério, por isso, os pontos concretos de esforço, assumidos diariamente como consequência de um bem que fazemos a nossa relação com Deus. Realizar esforços diários é estar atento a própria espiritualidade. Não se trata de ficar “bitolado”, mas no ritmo do trabalho, da família, do cuidar dos filhos, netos, voltar o pensamento para atitudes e palavras que dão a certeza de que não nos esquecemos do nosso esforço diário de santificação.
A grande dificuldade que aparece no texto do evangelho de hoje é não ter claro aquilo que é prioritário. Nem ontem e nem hoje, não vamos deixar nossos afazeres que promovem a nossa subsistência. A perspectiva do texto, pelo menos, no que interpreto, é de que no esforço diário, o nosso diálogo com Deus, as atitudes ao longo do dia, brotam dos princípios evangélicos que vamos construindo.
Outro fator importante que amadurece nossa participação no Reino, é ao chegar ao fim do dia e no momento da oração pessoal ou conjugal, fazer um exame de consciência, pautando o seu dia e analisando onde, colocamos a mão no arado e olhamos para trás.
27/09/2011
Ministérios litúrgicos: chegou a hora da comunhão!
Pe. Kleber Rodrigues da Silva
Dentro do processo de formação litúrgica é preciso sempre tomar consciência dos fatos e situações para poder melhorar e mudar aquilo que não convém a nossa prática de cristãos.
O tema que proponho refletir neste mês é sobre a participação dos diversos ministérios litúrgicos na mesa da eucaristia, ou seja, todos que exercem uma função dentro da celebração não devem esquecer-se disso, o exercício brota do sacramento eucarístico, por isso, a conclusão é óbvia, se não nos alimentamos da eucaristia, o trabalho torna-se apenas o cumprimento de uma escala mensal.
Trabalhando um dia o texto da Instrução Geral do Missal Romano, mais especificamente o capitulo cinco, que fala sobre o espaço litúrgico, encontrei esta afirmação: “Disponham-se os lugares dos fiéis com todo o cuidado, de sorte que possam participar devidamente das ações sagradas com os olhos e o espírito” (IGMR 311). Chamo a atenção para a expressão “como os olhos e o espírito”. É senão um convite a intensidade e a profundidade do Sacramento. Não é difícil observar que muitos ministros, leitores, grupos de canto, não participam desta intensidade e nem seque participam do banquete eucarístico, comungando do corpo do Senhor! É estranho exercer um trabalho litúrgico, dentro da celebração da missa e não se preocupar com a preparação espiritual e com o estar junto à mesa com os olhos e o espírito. Recebemos um convite: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”
O trabalho litúrgico aproxima-nos da compreensão de que a liturgia é senão um caminho de conversão.
Não preciso colocar aqui os diversos fundamentos bíblicos, teológicos, litúrgicos e pastorais que expressam a importância da Eucaristia na vida da Igreja. Quero apenas convidar, os participantes dos ministérios litúrgicos que façam um exame de consciência e analisem o modo como estão participando da celebração, com os “olhos e o espírito” ou apenas com a presença física e coração distante!
A alegria do “estar em comunidade”, de receber o “convite para a ceia”, de fazer-se “um só corpo e um só espírito”, confirma que viver bem um trabalho litúrgico não significa apenas, saber tocar bem um instrumento, entoar um salmo com entusiasmo, usar uma veste, proclamar com clareza um texto bíblico, senão nos preocupamos em participar do banquete da vida eterna, antecipado na terra, com cada missa que celebramos.
Ligado ao sacramento eucarístico e ao exercício dos ministérios litúrgicos está a reconciliação com Deus e com os irmãos e irmãs. A seriedade do mistério pascal provoca o cuidado espiritual.
Ministérios litúrgicos chegou a hora da comunhão! O hino do 14º Congresso Eucarístico de Campinas expressa bem isso: “Venham, venham todos, para a ceia do Senhor! Casa iluminada, mesa preparada com paz e amor”.
Organize seu tempo, cuide do espírito, para que o exercício ministerial seja um reflexo daquilo que você reza!
26/09/2011
Reflexão do Dia 27/09/11
Há alguns dias atrás meditamos o texto do evangelho que falava sobre o primeiro anúncio da paixão. E hoje a leitura nos relata que Jesus tomou a firme decisão de ir para Jerusalém. A cidade de Jerusalém era o grande referencial religioso, social, político da época. Dentro e fora do Templo os rumos daquele povo eram decididos.
A firme decisão de Jesus em partir para Jerusalém demonstra que mais uma vez Ele irá entrar em confronto com as autoridades. Mas o mestre não quer ir lá simplesmente para uma discussão, seu projeto é revelar o grande amor que Deus tem pelo ser humano, eis ai a firme decisão. Jesus não se esquiva da perseguição e dos conflitos. Ele os enfrenta. E nós, tomamos a firme decisão de lidar com nossos limites, com os conflitos internos e externos, ou preferimos ficar na superficialidade? Os pontos concretos de esforço estão ai para ajudar nessa superação.
Quando o texto fala que os mensageiros não encontraram hospedagem para Jesus no meio dos Samaritanos, logo me veio a mente o mistério da encarnação, quando Maria e o menino no colo, não tem onde se hospedar em Belém. Mas a rejeição a Jesus é clara, simplesmente porque “dava a impressão que ia a Jerusalém”. Basta recordar que os samaritanos não se davam com os judeus. É bem nítido o limite do ser humano: a dificuldade do relacionamento e o desejo de que o pior aconteça aqueles que nos desagradam ou que entram em rota de colisão. (Senhor, queres que mandemos fogo...)
A lógica de Jesus é totalmente contrária aos dos discípulos. Enquanto eles preferem a destruição, Jesus vai demonstrar em breve, estando em Jerusalém, no alto da cruz, que o caminho parte do amor.
No dia a dia de nossa vida, deparamos com situações em que nossa paciência, nossa racionalidade é colocada à prova e nem sempre conseguimos controlar nossos impulsos. Acredito que o texto de hoje também nos chama a atenção para isso, diante dos conflitos, seja com o cônjuge, com familiares, com amigos, com colegas de trabalho, não podemos achar que temos o direito de dizer tudo o que queremos sem se preocupar com a ofensa.
Assessoria sobre a Verbum Domini
Na quarta-feira, dia 28 de Setembro, presto uma Assessoria na Paróquia São José de Tremembé-SP, na abertura da Escola da Palavra, com uma reflexão sobre a Exortação Pós-Sinodal Verbum Domini do Papa Bento XVI sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja
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