03/10/2011

A oração como arte



A oração como uma arte

Pe. Kleber Rodrigues da Silva
SCE - Equipe 4 - NSra do Carmo  - Caçapava-SP

         Trata-se de um texto que escrevi para a reunião mensal da Equipe 4, onde o tema de estudo foi a oração. É preciso considerar que complementa esta reflexão os números 32-34 da carta do Papa João Paulo II (Novo Millenium Ineunte – No início do novo milênio – 06/01/2001)

         Vocês recordam quando fizemos uma meditação sobre a citação de Miguelangelo que dizia: “vi o anjo na pedra e esculpi até libertá-lo” e para tal é preciso ter as ferramentas corretas?
         O Beato João Paulo II nos diz que o cristão precisa ser reconhecido pela “arte da oração”. Eis a nossa proposta de reflexão. Entender que essa arte que se desenvolve pela sutileza do diálogo.
         Primeiramente analisem seus diálogos conjugais, ou se quiser, sendo mais preciso o dever de sentar-se. Analisem também os diálogos familiares, profissionais, comunitários, em Equipe. Eles nos colocam em perfeito contato com o Outro. Aprendemos a dialogar, quando aprendemos a silenciar. Deus fala e eu escuto. Eu falo e Deus silencia para acolher a voz do coração humano. Deus deixa-se conhecer pelo diálogo que estabelece com o ser humano. Quando o EU (Deus) se dirige ao TU (nós), ele não simplesmente dialoga, mas dialogando já vai nos salvando, porque partilha conosco os princípios da salvação. É simples, experimentando a amizade com Deus, celebramos a profundidade de um relacionamento salvífico. É belo compreender, que no simples ato de conversar conosco Ele já nos salva (cf. Verbum Domini).
         Na arte da oração, é preciso ter atitude. e ninguém melhor do que você mesmo para saber que atitude precisa tomar: organizar horário, coragem para dialogar, ir ao encontro de Deus. Posso dizer o que você tem que fazer, mas não posso fazer para você, senão, quem vai rezar serei eu, e você simplesmente ficará no distanciamento.
         No diálogo entre a criatura humana e a sublimidade divina, temos a oportunidade de revelar nossas fraquezas. Rezar é encontrar-se consigo mesmo. É ser o “Samaritano de mim”. No encontro da fraqueza a oração torna-se dolorosa. Entendam aqui porque muitos são resistentes em rezar...por isso, rezar não consiste apenas em pedir, mas saber também louvar, adorar, contemplar, escutar, bendizer, agradecer.
         No amadurecimento de nossa arte compreendemos que orar não consiste numa ideologia, mas em “ter os pés no chão e o coração em Deus”. Cada qual vai aprendendo (ou ao menos deve) a rezar com sua história. Pare, olhe, pense na sua história cronológica, cosmológica e litúrgica que é construída e revelada no cotidiano de sua vida. Ai esta parte do conteúdo de sua oração.
         A oração preenche o vazio existencial. E ai? Como está sua oração como um preenchimento do vazio humano? Quando você reza, sente-se preenchido? Se sentir necessidade de mais água, não tenha medo, aprofunde (entenda como ampliar seu horário de oração)
         O caminho da arte passa pela riqueza espiritual que a Igreja nos oferece e que se chama: Salmos. Que tal neste mês nossa equipe rezar (e não simplesmente ler) um salmo por dia e na próxima reunião partilharmos?....
         Quem deseja ser artista da oração não pode se contentar apenas com as fórmulas prontas, é preciso querer e buscar mais. Somos educados e educadores da oração. Eficiência, compromisso e prontidão com os PCEs são uma expressão de que estamos com as ferramentas corretas para tornar-se um artista da oração. Que o Espírito Santo nos ilumine.

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